sexta-feira, 25 de março de 2011

Isopreno




Isopreno

 Você consegue imaginar como seria o mundo sem pneus para os automóveis, caminhões e aviões? Sem gaxetas e correias de ventilador para nossos motores, elástico para nossas roupas, solas impermeáveis para nossos sapatos? Que seria de nós sem artigos tão corriqueiros, mas tão úteis como elásticos?
 A borracha e os produtos dela derivados são tão comuns que tendemos a não parar para pensar o que ela é e de que maneira mudou nossas vidas. Embora a humanidade tivesse conhecimento de sua componente essencial da civilização. A estrutura química da substancia lhe confere propriedades únicas, e a manipulação química dessa estrutura produziu uma molécula com que se fizeram fortunas, pela qual se perderam vidas e com a qual paises inteiros se transformaram para sempre.


As origens da borracha

Algum.as formas de borracha eram conhecidas havia muito tempo em toda a América Central e do Sul. Em geral, o primeiro uso que dela se fez, para fins tanto decorativos quanto práticos, é atribuído a tribos indígenas da bacia amazônica. Bolas de borracha encontradas num sitio arqueológico mesoamericano próximo de Veracruz, no México, datam de algum momento  entre 1600 e 1200 a.C. em sua segunda viagem ao Novo Mundo,em 1945, Cristóvão Colombo viu, na ilha de Hispaniola, índios brincado com bolas feitas com uma resina vegetal, que quicavam a alturas surpreendentes. “Melhores que as cheias de vento na Espanha”, relatou ele, referindo-se presumivelmente às bexigas de animais infladas que os espanhóis utilizavam em jogos de bola.

Colombo levou um pouco desse novo material para a Europa, assim como outros que viajaram para o novo mundo depois dele.Mas o látex de borracha continuou pouco conhecido; as amostras tornavam-se pegajosas e malcheirosas quando o tempo estava quente, nos invernos europeus, duras e quebradiças.
Um francês chamado Charles-Marie de la Condamine foi o primeiro a investigar se poderia haver algum emprego sério para aquela estranha substancia. La Condamine – qualificado ora como matemático, ora como geógrafo e astrônomo, bem como playboy e aventureiro – havia sido enviado pela Academia Francesa de Ciências para medir um meridiano que passaria pelo Peru, como parte de um esforço para determina a terra era de fato ligeiramente achatada nos pólos. Depois de concluir seu trabalho para a Academia, la Condemine aproveitou a oportunidade para explorar a selva sul-americana e retornou a Paris, em 1735, com varias bolas de resina coagulada da arvore da borracha (em inglês, caoutchouc tree, a “arvore que chora”). Ele observava os índios omegus do Equador coletando a seiva branca e pegajosa  da arvore, que depois defumavam e moldavam numa variedade de formas para fazer vasilhas, bolas, chapéus e botas. Lamentavelmente, as amostras da crua que La Condamine levou consigo, que permaneceu como látex, porque não ora preservada pela ação da fumaça, fermentaram durante a viagem de navio e, ao chegar à Europa, eram uma massa inútil e malcheirosa.
 O látex é uma emulsão coloidal, uma suspensão de partículas naturais de borracha na água. Muitas árvores e arbustos tropicais produzem látex, entre elas a Fícus elástica, a planta domestica geralmente chamada “planta da borracha”. Em algumas partes do México o látex ainda é coletado da maneira tradicional, de árvores da borracha silvestres da espécie Castilla elástica. Todos os exemplares da amplamente distribuída família euphorbia (asclepia ou eufórbia) são produtos de látex, inclusive o conhecimento bico-de-papagaio, a Euphorbia suculenta, semelhante aos cactos de regiões desérticas; a Euphorbia arbustiva, decídua e perene, e a chamada snow-on-the-mountain, uma Euphobia norte americana de crescimento rápido.  

Borracha

 A borracha natural é o produto primário da coagulação do látex da seringueira. Hoje, a borracha sintética, concorrente do elastômero natural em algumas aplicações e complementar em outras, é produzida a partir de derivados de petróleo. Tanto uma como outra tem como polímero fundamental o poliisopreno. A diferenciação se dá por adição de pigmentos e processos de vulcanização com graus distintos.

História

 O chamado ciclo da borracha é parte importante da história econômica e social do Brasil, notadamente da região da Amazônia. Foi a extração e comercialização da borracha que promoveu grande expansão na colonização da região Norte, atraindo riqueza e causando transformação cultural e social e grande impulso econômico e cultural às cidades de Manaus e Belém, até hoje os grandes centros da região.
 Na primeira década do século XX, ocorreu um grande desenvolvimento da extração da borracha, na Região Norte do Brasil, reflexo principalmente da grande produção de pneus necessários à indústria automobilística mundial em expansão. A partir de 1912, a produção de borracheiro brasileira entrou em declínio em função da concorrência estrangeira, notadamente a inglesa, com suas plantações na Ásia.

             

                               


                  



                


            


                  



Charles-Marie de La Condamine


Charles-Marie de La Condamine (Paris, 27 de Janeiro de 1701 — Paris, 4 de Fevereiro de 1774) foi um cientista e explorador francês que realizou diversas viagens de exploração no Norte de África, no Médio Oriente e na América do Sul. Foi o primeiro cientista a descer o curso do rio Amazonas, publicando na Europa um conjunto de descrições da geografia, fauna e flora da bacia amazônica que em muito contribuíram para despertar o interesse da comunidade científica pelo seu estudo. Também se lhe deve a primeira comunicação científica sobre a interligação entre os rios Orinoco e Amazonas através do canal do Cassiquiare. Poliglota fluente em várias línguas européias dedicou-se também à matemática, à astronomia, à geodésica e à física.
BIOGRAFIA
Charles-Marie de La Condamine nasceu em Paris a 27 de Janeiro de 1701, filho de Charles de La Condamine, recebedor de finanças em Moulins, e de Louise Marguerite de Chourses.
Depois de ter realizado os seus estudos preparatórios em humanidades e matemática no Lycée Louis-le-Grand, em Paris, Charles-Marie de La Condamine envereda por uma carreira militar, alistando-se no Exército. Participou na campanha contra a Espanha da Guerra do Quádruplo Aliança (1719), tendo estado presente no cerco a Roses.



A invenção de Charles Goodyear

 

 

Borracha e Vulcanização

 Antigamente, alguns autores acreditavam que o norte-americano Charles Goodyear (1800-1860) simplesmente deixou cair enxofre em um tacho contendo borracha quente e, assim, descobriu a vulcanização.
 Mas hoje sabemos que isso talvez seja pura lenda. Em 1836, Charles Goodyear, que era inventor como seu pai, conseguiu um contato para fornecer sacos postais de borracha para o departamento de correios dos EUA. No entanto, havia um grande problema: os sacos de borracha produzidos por Goodyear eram muitos ruins durante boa parte do ano, já que endureciam demais no inverno e praticamente se desmanchavam no verão.
 Então, conjugando sua criatividade de inventor com o desejo de não perder um vantajoso contrato comercial, Goodyear enfrentou o desafio de produzir uma borracha de melhor qualidade. Após três anos de exaustivas pesquisas, nas quais testou dezenas de substâncias misturadas à borracha, Goodyear chegou inclusive a trabalhar com o enxofre.
 Foi exatamente nesse momento que lhe ocorreu um lance de sorte: ao respingar uma parte da mistura de borracha e enxofre na chapa quente do fogão, Goodyear notou que a borracha não fundia na madeira esperada e resolveu pesquisar a fundo as misturas com enxofre. Algum tempo depois, surgia a borracha vulcanizada, nome atribuído em homenagem a Vulcano, deus romano do fogo.
 Como o produto obtido na vulcanização era bastante elástico e resistente às variações de temperatura, pneus, tubos, capas e mais uma enorme quantidade de objetos passaram a ser produzidos com borracha vulcanizada.
 Mas, apesar de todo o seu esforço, Goodyear enfrentou enormes problemas judiciais para patentear sua descoberta que o inglês Thomas Hancock também reivindicava os direitos da mesma invenção.
 Em virtude de todos esses problemas, Charles Goodyear passou o resto da vida tentando, em vão, o reconhecimento de seus direitos. Infelizmente, em 1860, ele morreu na miséria. 

A borracha: como surgiu essa idéia? 

Apesar da descoberta da vulcanização em 1839, a história da borracha começou centenas de anos antes de Goodyear.
 Em 1493, a tripulação de Cristóvão Colombo já tinha observado nativos do atual Haiti brincarem com bolas que “ao tocarem o solo subiam a grande altura”, formadas por uma goma chamada cauchu. Na Europa, o material dessas bolas foi chamado de borracha. 

 Em língua Indígena, cauchu significa “árvore que chora”.
Borracha (do esp. Ou port. arcaicos): recipiente para bebida.  

 A borracha natural é um produto da coagulação do látex, líquido branco e viscoso extraído da várias árvores, tais como a balata, a maniçoba e a seringueira, também conhecida no Brasil como “árvore da borracha” (Hevea brasilienses).
 A borracha é um polímero, ou seja, um material formado por moléculas gigantes. Tais moléculas podem ser consideradas como o resultado da união de milhares de outras moléculas menores, genericamente chamadas de monômeros.
 No caso da borracha natural, a união de milhares de moléculas de isopreno em uma molécula gigantes (polímeros) denominada polisopreno. A borracha é um polímero da classe dos elastômeros, substâncias de grande elasticidade e que tendem a retornar à forma original.
 Na borracha vulcanizada, os átomos de enxofre unem as fibras de borracha, por meio das chamadas pontes de enxofre. A adição de 1% a 3% de enxofre torna a borracha mais dura e resistente às várias variações de temperatura. No entanto, isso não impede que a borracha vulcanizada continue com um ótimo grau de elasticidade. 

A borracha no Brasil 

Por volta de 1850, a borracha já era utilizada em instrumentos cirúrgicos, materiais de laboratório e em vários outros objetos, como botas e capas. Em 1895, foi realizada, na França, a primeira corrida de carros equipados com pneus e câmaras de borracha.
 O quadro de baixo mostra a exportação de borracha em diferentes épocas, até o  chamado ciclo econômico da borracha.
 A partir do início do século XX, as seringueiras plantadas na Ásia já ameaçavam o monopólio brasileiro. Nos anos de 1915-1916, a produção do Brasil ainda se mantinha em torno de 37 mil toneladas, mas a produção asiática já ultrapassava cem mil toneladas. Atualmente, o Brasil importa da Malásia, da Tailândia e da Indonésia aproximadamente 30% de nossas necessidades desse material.



Michael Faraday


Michael Faraday, nasceu em Newington, Inglaterra no dia 22 de setembro de 1791. Destacou-se na história da ciência como um físico e um químico. É considerado um dos cientistas mais influentes de todos os tempos.

   As suas contribuições mais importantes e os seus trabalhos mais conhecidos estão intimamente relacionados com os fenômenos da eletricidade e do magnetismo, no entanto, também contribuiu de forma significativa para a evolução da química enquanto ciência.
   Faraday foi principalmente um experimenta lista, chegando s ser descrito como o "melhor experimenta lista na história da ciência", embora não dominasse conhecimentos de matemática avançada, como o cálculo.

   Tanto as suas contribuições para a ciência, como o impacto que as mesmas tiveram na nossa sociedade, são sem quaisquer dúvidas importantes: as suas descobertas científicas cobrem áreas significativas da física e da química modernas, e a tecnologia desenvolvida baseada no seu trabalho está ainda mais presente. As suas descobertas na área do eletromagnetismo constituíram a base para os trabalhos de engenharia do fim do século XIX por pessoas como Edison, Semens, Tesla e Westinghouse, que tornaram possível a eletrificação das sociedades industrializadas. Por outro lado, os seus trabalhos em eletroquímica são agora amplamente usados em química industrial.

   Na área da física, foi um dos primeiros a relacionar a eletricidade e o magnetismo.
   Em 1821, logo após Oersted ser o primeiro a descobrir que a eletricidade e o magnetismo eram associados entre si, Faraday publicou o seu trabalho, a que chamou de "rotação eletromagnética" (princípio que explica o funcionamento do motor elétrico).

  
Em 1831, Faraday descobriu a indução eletromagnética, o princípio do funcionamento de um gerador elétrico e de um transformador elétrico.

   As suas idéias sobre os campos elétrico e magnético, e a natureza dos campos em geral, inspiraram trabalhos posteriores nessa área (como as equações de Maxwell).
   Na área da química, ele descobriu o benzeno, produziu os primeiros cloretos de carbono conhecidos (C2Cl6 e C2Cl4), ajudou a estender as fundações da metalurgia e metalografia, além de ter tido sucesso em liquefazer gases nunca antes liquefeitos (dióxido de carbono e cloro, entre outros), tornando possíveis métodos de refrigeração que foram muito utilizados. Talvez a sua maior contribuição fosse, na fundação virtual da eletroquímica, introduzindo termos como eletrólito, ânodo, cátodo, eléctrodo, e ião.
Pesquisaram também algumas ligas de aço e produziu vários tipos novos de vidros. Um desses vidros tornou-se historicamente importante por ser a substância em que Faraday identificou a rotação do plano de polarização da luz quando era colocado num campo magnético e também por ser a primeira substância a ser repelida pelos pólos de um íman.
 Faraday morreu na sua casa em Hampton Court em 25 de Agosto de 1867, aos 75 anos, e foi enterrado na Abadia de Westminster, ao lado de Isaac Newton
A constante física fundamental que representa a carga molar elementar recebeu o nome de constante de Faraday, em homenagem a este cientista britânico, devido aos seus vastos estudos em eletroquímica.




Tira de borracha versus Calor

Apresentação
Quase todo o mundo já lidou com tiras de borracha, mas somente algumas pessoas dispensaram o devido tempo para observar as propriedades menos óbvias destes materiais cotidianos. Nesta atividade você examinará as propriedades térmicas da borracha, ou seja, o comportamento da borracha em relação ao calor. Prepare algumas tiras de borracha (balão, bexiga de borracha) e tenha-as à disposição.
                                   
Primeiro
No primeiro experimento você poderá detectar o fluxo de calor entrando ou saindo de uma tira de borracha. Para fazer isto, você precisa de um detector de calor bastante sensível. Afortunadamente, você tem tal detector a todo instante, em você mesmo. Seguramente, você já sentiu o calor de uma chama ou o 'gelado' de um cubo de gelo. Então, você sabe que sua pele é sensível ao fluxo de calor. Nesta experiência, você detectará um fluxo de calor usando uma região bastante sensível em sua pele, a de sua testa ou a de seus lábios.
a) Coloque seus dedos polegares de modo a segurar uma tira de borracha (balão) pelos seus extremos. Sem esticar a tira, segure-a junto à sua testa ou lábios. A tira lhe transmite uma sensação de frio, de morno ou não dá sensação alguma?
Repita o procedimento várias vezes para se assegurar do resultado.
Sua resposta: ____________________.

b) Mova a tira de borracha mantendo-a ligeiramente afastada de sua face; assim não está mais tocando em sua pele. Rapidamente estique a tira, horizontalmente, até onde você pode e, segurando-a esticada, toque novamente em sua testa ou lábios. Sente-a mais morna ou mais fresca, em relação à situação anterior onde a tira estava relaxada?
Sua resposta: ____________________.

c) Mova a tira de borracha esticada um pouco para a sua frente. Mantenha-a assim esticada por cerca de 30 segundos. Rapidamente deixe-a relaxar ao seu tamanho original e novamente segure-a junto à sua pele. Sente que esquentou ou que esfriou?
Sua resposta: ____________________. 
d) Repita o procedimento na seqüência:  esticando e testando, 30 segundos, relaxando e testando várias vezes, até que você fique seguro dos resultados.
Sua respostas definitivas para: a) _______________,b) _______________,c) _______________.
 Como sabemos, um objeto nos transmite a sensação de frescor ou de frio, quando ocorre fluxo de calor da pele para ele. Reciprocamente, um objeto nos dará a sensação de morno ou quente, quando ocorre fluxo de calor dele para a pele. Se a tira esticada nos dá a sensação de frio, então ela estará absorvendo calor da nossa pele (lábios). Se nos dá a sensação de morno é porque está transferindo calor à pele. Se os contatos borracha-pele não nos dão sensação quer de calor, quer de frio, será porque não há nenhum fluxo de calor detectável.
 Há outras maneiras de se verificar se suas observações foram corretas. Um dos modo, é verificar o que acontece quando aquecemos ou esfriamos uma tira de borracha.
Segundo
Fixe um dos extremos de uma tira de borracha num suporte e pendure um 'peso' na outra extremidade. O que você usará como 'peso' não importa, use algum objeto disponível que seja pesado o bastante para esticar a tira de borracha, mas não a ponto de quebrá-la. Um metro de balcão ou uma trena disposta paralelamente à tira vem bem a calhar.
 Aqueça a tira de borracha com um secador de cabelo. Comece com o secador na extremidade inferior e, quando chegar na outra extremidade, passe para a outra face da tira. Observe o nível do 'peso' na régua vertical antes e após o aquecimento.
A tira de borracha passa a exibir, agora, comprimento maior ou menor?
Sua resposta: ____________________. 
 Essa observação concorda com aquela que você fez na primeira parte da experiência? Fazer experimentos de vários modos e conferir os resultados, para verificarem se estão de acordo, constitui uma importante estratégia da Ciência.
 Quando a borracha é aquecida, ela apresenta um comportamento diferente daquele da maioria dos materiais comuns. Essa maioria expandem-se quando aquecida. Pense no material usado nos termômetros. O termômetro funciona porque esse material expande-se quando experimenta aumentos de temperatura e, dentro de certos limites, quando mais se esquenta, mais se expandem. Do mesmo modo, um fio metálico, como o de cobre, aumenta de comprimento quando a sua temperatura aumenta. Essa dilatação (expansão) dos metais frente ao aumento da temperatura é o princípio do funcionamento dos termômetros, dos termostatos bimetálicos etc.
Teorizando para o nível médio
 
A expansão ou contração de um material, quando aquecido, pode ser associada a uma propriedade do mesmo, denominada entropia. A entropia de um material é uma medida da organização das moléculas que o compõe. Quando as moléculas são organizadas de maneira ordenada, a entropia do material é baixa. Quando as moléculas apresentam um arranjo desordenado, a entropia é alta.
 Um arranjo ordenado pode ser pensado, por exemplo, como algumas moedas empilhadas e envoltas por fita adesiva, enquanto uma desordenada pode ser pensada como moedas espalhadas  em uma bandeja.
Quando um material é aquecido, sua entropia aumenta porque a organização de suas moléculas diminui (moedas passam do empilhamento para a situação espalhada na bandeja). Isto ocorre porque, quando aquecido, suas moléculas vibram mais acentuadamente e com isso favorecendo uma maior desorganização. Em materiais compostos de moléculas pequenas, compactas, por exemplo, o de um termômetro, como as moléculas vibram mais intensamente, elas repelem suas moléculas vizinhas.
Entretanto, a borracha contém grande quantidade de moléculas encadeadas (é um elastômero de cadeia longa). Quando borracha é aquecida, as seções médias da cadeia de moléculas vibram mais vigorosamente. Como que essa parte mediana da cadeia de molécula se move mais vigorosamente quando aquecida (as extremidades da cadeia estão mais firmemente presas por ligações químicas às outras cadeias do que a região central), ela tem que puxar suas partes vizinhas para mais perto.
 Para tentarmos visualizar isso façamos o seguinte: imagine vários pedaços de correntes de ferro, presos uns aos outros por laçadas de barbante e o conjunto esticado sobre uma mesa. Os pedaços de corrente simularão as cadeias de moléculas da borracha e as laçadas de barbantes as ligações químicas entre essas cadeias.
 Agora, puxemos a região central dos pedaços de corrente para o lado (à direita ou esquerda da direção do conjunto, indiferentemente) e observe como ocorre uma aproximação entre os extremos livres do conjunto sobre a mesa. O conjunto formado por pedaços de correntes encolhe.
 Algo semelhante ocorre com a tira de borracha. Por efeito do calor, as regiões centrais das cadeias individuais vibram mais intensamente, puxam as cadeias adjacentes e determinam o encolhimento da tira de borracha.
Teorizando para o nível fundamental
 É completamente notável o que acontece com nosso balão de borracha. O balão se aquece quando você o estica e se resfria quando você o relaxa.
 Inicialmente, na operação de esticar, você usou energia (proveniente de seus  músculos) para tornar algo que estava inicialmente frio (ambiente) em algo quente. Isso não é muito novidade pois, um refrigerador caseiro também faz isso. Todavia, repare bem, que algo 'um tanto estranho' aconteceu. Esticamos a borracha e ela se aquece; até ai tudo bem, demos energia e essa converteu-se em calor --- mas, quando após algum tempo (aqueles 30 segundos das experimentações), a borracha ainda esticada está mais fria e se deixa relaxar rapidamente, a temperatura cai abaixo da temperatura ambiente (a inicial do balão); ai está o 'tal estranho' --- porque a temperatura baixou mais do que devia?
Um gráfico pode ilustrar isso:

                                               
O refrigerador também faz isso, e espero que tenha observado. MAS, refrigerador trabalho com gás e não com balões de borracha!
Todavia, o princípio é o mesmo: quando o 'motor' do refrigerador comprime o gás ele se aquece (com uma bomba de bicicleta você poderá confirmar isso rapidamente!); esse gás comprimido se resfria "fora do refrigerador" (através daquelas serpentinas atrás da geladeira); ai inverte tudo, o gás agora sofre (dentro do refrigerador) uma expansão brusca --- e esfria a uma temperatura mais baixa que a do ambiente.
No caso do balão isso também acontece; a energia que você forneceu o aquece; naqueles 30 segundos o calor é transferido para o ambiente e, quando a borracha é relaxada ela retira calor do ambiente. Esquente --- Esfria --- Esfria mais ainda; esquenta --- esfria --- esfria mais ainda ... e o ciclo prossegue.




O ciclo da borracha na Amazônia brasileira

 A utilização da borracha foi desenvolvida em função das diversas descobertas científicas promovidas durante o século XIX. Inicialmente, o látex era comumente utilizado na fabricação de borrachas de apagar, seringas e galochas. Anos mais tarde, os estudos desenvolvidos pelo cientista Charles Goodyear desenvolveu o processo de vulcanização através do qual a resistência e a elasticidade da borracha foram sensivelmente aprimoradas. 

 A vulcanização possibilitou a ampliação dos usos da borracha, que logo seria utilizada como matéria-prima na produção de correias, mangueiras e sapatos. A região amazônica, uma das maiores produtoras de látex, aproveitou do aumento transformando-se no maior pólo de extração e exportação de látex do mundo. No curto período de três décadas, entre 1830 e 1860, a exportação do látex amazônico foi de 156 para 2673 toneladas. 

 A mão-de-obra utilizada para a extração do látex nos seringais era feita com a contratação de trabalhadores vindos, principalmente, da região nordeste. Os seringueiros adotavam técnicas de extração indígenas para retirar uma seiva transformada em uma goma utilizada na fabricação de borracha. Não constituindo em uma modalidade de trabalho livre, esses seringueiros estavam submetidos ao poder de um “aviador”. O aviador contratava os serviços dos seringueiros em troca de dinheiro ou produtos de subsistência. 

 A sistemática exploração da borracha possibilitou um rápido desenvolvimento econômico da região amazônica, representado principalmente pelo desenvolvimento da cidade de Belém. Este centro urbano representou a riqueza obtida pela exploração da seringa e abrigou um suntuoso projeto arquitetônico profundamente inspirado nas referências estéticas européias. Posteriormente atingindo a cidade de Manaus, essas transformações marcaram a chamada belle époque amazônica. 

 No início do século XX, a supremacia da borracha brasileira sofreu forte declínio com a concorrência promovida pelo látex explorado no continente asiático. A brusca queda do valor de mercado fez com que muitos aviadores fossem obrigados a vender toda sua produção em valores muito abaixo do investimento empregado na produção. Entre 1910 e 1920, a crise da seringa amazônica levou diversos aviadores à falência e endividou os cofres públicos que estocavam a borracha na tentativa de elevar os preços. 

 Esse duro golpe sofrido pelos produtores de borracha da região norte ainda pode ser compreendido em razão da falta de estímulo do governo imperial. Atrelado ao interesse econômico dos cafeicultores, o governo monárquico não criou nenhuma espécie de programa de desenvolvimento e proteção aos produtores de borracha. Em certa ocasião, atendendo ao pedido de industriais norte-americanos, chegou a proibir que o governo do Pará criasse taxas alfandegárias protecionistas maiores aos exportadores estrangeiros. 

 Depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), as indústrias passaram a adotar uma borracha sintética que poderia ser produzida em ritmo mais acelerado. Essa inovação tecnológica acabou retraindo significativamente a exploração da seringa na Floresta Amazônica. No entanto, até os dias de hoje, a exploração da borracha integra a economia da região norte do Brasil.

http://www.brasilescola.com/historiab/ciclo-borracha.htm

 Nosso mundo foi moldado pela borracha. A coleta de matéria-prima para a fabricação de produtos de borracha teve enorme impacto sobre a sociedade e o ambiente. A derrubada de seringueiras na bacia Amazônica, por exemplo, foi apenas um episodio na exploração dos recursos das florestas pluviais tropicais e de destruição sem igual de um ambiente. O vergonhoso tratamento dado às populações indígenas da área não mudou; hoje, prospectores e agricultores de substancia continuam a invadir terras que pertencem tradicionalmente aos descendentes dos povos nativos que coletam látex. A colonização brutal do Congo Belga deixou uma herança de instabilidade, violência e lutas que ainda continua muito presente na região em nossos dias. As migrações em massa de trabalhadores para as plantações de borracha da Ásia mais de um século atrás continuam a afetar a formação étnica, cultural e política da Malásia e do Sri Lanka.   
Nosso mundo continua sendo moldado pela borracha. Sem ela as enormes mudanças trazidas pela mecanização não teriam sido possíveis. A mecanização exige componentes essenciais de borracha natural ou feita pelo homem para máquinas – correias, gaxetas, juntas, válvulas, anéis de vedação, arruelas, pneus, vedações hidráulicos e inúmeros outros. O transporte mecanizado – carros, caminhões, navios, trens, aviões – mudou o mundo como pessoas e bens são transportados. A mecanização da industria mudou os serviços que fazemos e o modo como os fazemos. A mecanização da agricultura permitiu o crescimento das cidades e transformou nossa sociedade rural em urbana. A borracha desempenhou um papel essencial em todos esses eventos.
Nossa exploração de mundos futuros talvez seja moldada pela borracha, uma vez que esse material – parte essencial de estações, trajes, foguetes e ônibus espaciais – nos permite hoje explorar mundos além do nosso. Mas nossa incapacidade de levar seriamente em conta as propriedades da borracha conhecidas há muitos já limitou nosso impulso rumo às estrelas. Apesar do sofisticado conhecimento que a NASA possuí da tecnologia do polímero, a falta de resistência da borracha ao frio – característica que Condamine, Macintosh e Goodyear já conheciam – condenou o ônibus espacial Challenger, numa fria manhã de janeiro de 1986. A temperatura no momento do lançamento era de 2º, nove graus abaixo da temperatura mais fria em lançamentos anteriores. No foguete de propulsão da popa, a junta de vedação de borracha à sombra, no lado protegido contra o sol, estava provavelmente a -2º. Nesse frio, deve ter perdido sua elasticidade normal e, não retornado à sua devida forma, avariou um lacre de pressão. O vazamento do gás da combustão daí resultante causou uma explosão que tirou a vida dos sete astronautas da Challenger. Esse é um exemplo muito recente do que poderíamos chamar agora de fator dos botões de Napoleão: a desconsideração de uma propriedade molecular conhecida ser responsável por uma grande tragédia – “E tudo por falta de um anel de vedação!”


VIDEOS 

Borracha sintetica

O ciclo da borracha na amazonia brasileira
 

Isomeria Geometrica


O latex e a Camisinha


Polimeros Naturais